Foto: Reprodução | Derrubada da mata início da década de 50 Gleba Mamonal - Veja o relato do pioneiro Martin Mingues..
Da Derrubada aos Cafezais - Relato de Martin Mingues Sexta-feira, 18/12/2015, 15h00
De Cafelândia, do Estado de São Paulo, eu, meus pais e três irmãos chegamos ao município de Jussara, na Estrada Mamonal, em 1954.
Chegamos ao município pela balsa do Rio Ivaí. Uma travessia perigosa e arriscada. Em período chuvoso era impossível fazer a travessia e o lado de cá ficava isolado do lado de lá.
Fixamos moradia na Estrada Mamonal, num sítio de vinte alqueires com um contrato para formar lavoura de café como percenteiros de quatorze mil pés de café que deveríamos formar e formamos. O Restante da propriedade ainda era mata nativa fechada, mata que ajudamos a derrubar.
O principal objetivo da vinda para Jussara, sem dúvida, foi à melhoria de vida. Em Cafelândia, no Estado de São Paulo, éramos colono, e como colono havia pouca esperança de progredir, pois a renda era fixa. Como percenteiros, quanto mais produzisse, mas podia ganhar.
No primeiro ano foi fraco, "não fizemos nem para o sal". Mas, a partir do ano seguinte começamos a ter produção. Milho num terreno aberto "palhada", ou seja, sem café; entre as ruas do café, feijão, arroz. Só que o arroz não conseguia produzir devido a terra ser muito forte. A planta viçava muito nem chegava produzir cachos.
Ali na Estrada Mamonal, juntamente com a vizinhança, construímos uma Igrejinha, transformamos uma casa em escolinha, como também se estabeleceu ali uma venda. Minha irmã, Pilar, foi a primeira professora dessa escola.
O transporte para cidade era precário. Como viemos formar lavoura de café, na propriedade ainda não tinha pasto, portanto, não tinha como colocar animais: cavalo, vacas, etc. Por isso, no primeiro ano, vínhamos para cidade de carona com o único veículo da estrada, do Guarnieri, ou a pé ou de bicicleta. Mas no ano seguinte, já havíamos formado pasto, mangueirões, e já foi possível ter uma mula que nos transportava em carroça ou charrete.
Fizemos muito progresso nos anos que vivemos ali. E toda a nossa produção era entregue em cerealistas ou cafeeiras aqui de Jussara. Na Mamonal éramos vizinhos de fundo de lote de Laurindo Baiano, da família Souza, do Paulo Balabem, do Mario Scramin, da família Mini, e tantos outros, pois naquela época os sítios eram cheios de gente!
Nota do Editor
O palmito Jussara (Eutherpe edulis), de acordo com relatos citados no livro "Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná" é uma palmeira famosa devido ao delicioso alimento do interior de seu estípite, que pode ser consumido de diversas maneiras. Além disso, seu tronco era usado na fabricação de ripas para a construção de telhados, paredes e assoalhos das casas dos colonos; como também tulhas e paióis.
Portanto, como relata os primeiros moradores, a mata oferecia as condições para as pessoas se estabelecerem, ainda que nos primeiros momentos fossem difíceis.
Outro fator é saber com precisão a origem do nome da Estrada Mamonal, pois segundo o livro Colonização e Desenvolvimento do Norte do Paraná "os nomes das águas tinham origens diversas: desde o dicionário guarani, acidentes geográficos europeus, nomes de santos e até mesmo nomes de namoradas de seus agrimensores". Portanto, para ilustrar o que isso quer dizer, leia um trecho do conto Mamonal:
"Dormi na roça, revi os primos roceiros, curti as aves, gado, porcos, cães e gata, muitos passarinhos", por Cristina, a Brasileira do Leste Paulista.
Livro Histórias de Jussara na Visão de Pioneiros, por Joaquim B. de Souza - Clube de Autores
Acessar AQUI...
Livro Jussara Além do Ivai, por Quirino Ramos Maia - Clube de Autores
Acessar AQUI...
Livro Vida de Tropeiro, por Quirino Ramos Maia - Clube de Autores
Acessar AQUI...
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