Foto: Acervo de Wilson Reki - Grupo Escolar Senador Moraes de Barros
Secos e Molhados - Relato de Maria Mitsuhashi Ueda
Segunda-feira, 21/12/2015
Em 1953, aos cinco anos de idade, em companhia de meus pais Noburo Mitsuhashi e Yaeco Mitsuhashi, dos meus irmãos João e Tereza, dos meus avós Takutaro e Massano Mitsuhashi, cheguei de Tupã, do Estado de São Paulo, para fixar residência em Jussara.
Meu pai se estabeleceu em companhia do irmão, o meu tio Hiroshi Mitsuhashi e sua esposa Tamico, com comércio de Secos e Molhados, a Casa Glória. No início era um estabelecimento de madeira; se eu não me engano, posteriormente meu pai construiu o prédio de alvenaria que seria vendido aos Irmãos Yagushi. Local em frente o atual "calçadão", onde atualmente está a Vitrinny Confecções, na Av. Dr. Gastão Vidigal.
Na época, de 1953 a 1960, lembro que a avenida ficava cheia daqueles carroções de quatro rodas, puxados até por dois animais, que traziam o pessoal que chegava de todos os cantos do município para fazer compras, principalmente, nos finais de semana. Aos sábados, a cidade ainda sem infraestrutura alguma ficava tomada de sitiantes, agricultores, enfim, toda aquela gente que vieram para Jussara, com suas famílias, para formarem lavouras de café e cereais.
Havia outros comerciantes também, como a Comercial Catarinense, na Av. Dr. Gastão de Mesquita Filho; a venda do senhor Manoel José Soares (ex-prefeito), na Av. Dr. Gastão Vidigal, também era comércio de Secos e Molhados; a venda dos Irmãos Bordin, na Rua Bandeirantes, entre outros. O hotel, gerenciado pelo senhor Américo Carlos Cariani estava sempre lotado devido muitos viajantes fazerem paradas ali antes de seguirem para o destino final, mais adiante. No decorrer desses anos foram instalados o Hotel São Pedro e o Cine São Pedro.
Estudei no Grupo Escolar Senador Moraes de Barros, de 1ª a 4ª série primária. Uma escola precária que oferecia mínimas condições, inclusive quando chovia as goteiras causavam alguns transtornos nos corredores e salas de aula da escola. Entretanto, lembro com saudade da Diretora Maria Deia dos Santos e também do Dr. Gentil Queiroz, ex-diretor da Escola Américo Carlos Cariani. Maria Deia, além de professora foi diretora, vereadora e presidente da Câmara de Vereadores. Lembro também da professora Julita Alves Soares, muito simpática e meiga, na época esposa do senhor Manoel José Soares, que foi prefeito do município de Jussara por dois mandatos.
Não posso também deixar de relatar que, ainda muito jovem, com onze anos de idade fui estudar em Paranavaí, onde cursei de 5ª a 8ª série, o ginásio antigo. Em Paranavaí estudei também o Normal Colegial, correspondente ao Segundo Grau do Magistério. Retornei à Jussara no final do ano de 1966 e no ano de 1967 iniciei a atividade de professora primária no Grupo Escolar Senador Moraes de Barros e do ginásio antigo, correspondente a 5ª a 8ª série.
Em 1968, voltei a estudar na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranavaí, no curso de Ciências. A partir de 1970 lecionei no Colégio Senador Moraes de Barros, Ensino de 2º Grau. Atualmente, sou professora aposentada com muito orgulho pela carreira de educadora que desempenhei nesta cidade.
Assim, depois da venda da Casa Glória, meu pai e meu tio abriram a Cafeeira Glória, na Av. Dr. Gastão Vidigal esquina com a Rua Cristóvão Colombo, local que atualmente tem um Consultório Dentário. Porém, nos primeiros meses de 1971, motivado pela saúde de minha mãe, deixou a Cafeeira para se mudar para Curitiba.
Em Curitiba continuou no ramo de comércio, Mercearia Glória, no Bairro Juvevê. Depois se estabeleceu com a Pastelaria Cristal, onde se aposentou. Meu pai amava Jussara, pois sempre que podia visitava a sua querida Jussara. Os irmãos Mitsuhashi (Luiz e Paulo) são falecidos.
Nota do Editor
"A companhia colonizadora determinou o tamanho e função de cada núcleo urbano por ela proposto, ou seja, quatro núcleos maiores denominados polos que estruturariam toda a rede, na sequência cidades de porte médio denominado distritos começariam a preencher o espaço entre as cidades polos, e por fim, as cidades de porte pequeno, os patrimônios finalizariam a constituição da rede urbana norte paranaense". (Ana Paula Cassago Universidade de São Paulo - Construção da Rede Urbana no Norte do Paraná).
Com os colonos, meeiros, percenteiros, arrendatários, sitiantes, vieram os comerciantes para se estabelecerem nas cidades construindo comércio de secos e molhados, cerealistas, cafeeiras; vierem também lojas como Casas Pernambucanas, Casas Buri, Lojas Riachuelo, Comercial Catarinense; como também os pequenos comerciantes que construíram seus próprios negócios se estabelecendo com vendas, mercearias e empórios.
Livro Histórias de Jussara na Visão de Pioneiros, por Joaquim B. de Souza - Clube de Autores
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Livro Jussara Além do Ivai, por Quirino Ramos Maia - Clube de Autores
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